quinta-feira, 26 de julho de 2012

15/07/12 Optimus Alive 2012

Mesmo afirmando-se como o maior evento de música e arte, a verdade é que (excluindo a música), pouco ou nada de arte se viu. Mesmo em anos anteriores, conseguiam-se visualizar alguns esboços artísticos, das mais variadas formas, mas este ano nem por isso. Se calhar a crise também cá chegou.
Após uma rápida revista (desta vez não levei máquina fotográfica), lá fui alegremente tentar ouvir alguns concertos.

À chegada começavam as Warpaint num palco secundário bastante composto com alguns fãs conhecedores do trabalho da banda. Bastante esforçadas e com algum envolvimento com o público, conseguiram criar empatia e proporcionar um bom espectáculo apesar de muito prejudicado pela fraca qualidade do som, que parece ser obrigatória em festivais...

The Kooks apenas ouvi duas músicas, os horários eram incompatíveis e novamente para o palco secundário. Aproveitando as barracas de comida, conseguia-se desfrutar do concerto dos The Maccabees, e que bom concerto foi. Com a lotação esgotada e o palco principal longe, havia uma concentração de gente no palco secundário, não alheios a isso os The Maccabees empenharam-se a sério e cativaram a audiência que lá se encontrava com um indie rock cheio de energia. Sem dúvida alguma um dos momentos altos da noite.

Com uma carreira já longa e seguramente com fãs incondicionais, foi a vez de Mazzy Star subirem ao palco secundário, aguardava-se com bastante expectativa esta prestação, mesmo já não havendo tantas pessoas presentes (provavelmente a marcar já lugar para Radiohead ou apenas mais interessadas em Caribou). Eu optei por ficar, até porque gosto mais, mas depressa percebi o erro que foi...Mantendo-se um som de má qualidade, a menina Hope e companhia também nada fizeram para cativar o público, sempre distantes e frios deram um concerto medíocre como se estivessem ali por obrigação. Continuo a gostar, mas não volto a vê-los ao vivo sempre que tenha outra opção.


Com os restantes palcos "fechados" (uma atitude acertada por parte da organização), eis que chega a hora mais esperada. Radiohead após uma década de ausência, regressam aos palcos lusitanos. Perante um público "faminto", Thom Yorke não deixou créditos por mão alheias. Num palco muito bem orquestrado, com um efeito visual arrebatador foram quase duas horas de puro génio e perfeição, já característico desta mente brilhante. Mas para quem já teve o privilégio de os ter visto ao vivo, a verdade é que eles ficaram aquém do esperado. Foram algo tímidos na imaginação, quando tocam ao vivo eles são capazes de mais e melhor, podiam ter sido mais "agressivos". Algumas musicas deveriam funcionar de forma diferente ao vivo e eles fazem isso muito bem, nesse aspecto não estiveram tão bem como poderiam. Mas não foi por isso que deixou de ser um grande concerto.



O cansaço já era notório e há sempre tempo para reencontrar "velhos" amigos, de tal forma que quando regressei ao palco secundário, já os SBTRKT estavam a acabar. Mas a seguir vieram os The Kills, se calhar não muito conhecidos por cá, apesar de já terem vários álbuns editados, e com o contra de tocarem já a uma hora tardia, a realidade é que protagonizaram a surpresa da noite. Com uma estética visual e sonora própria de quem sabe estar num palco, os The Kills conseguiram conquistar todos os presentes e mostrar que se uma banda se esforçar, tanto faz serem 2 da manhã ou 10 da noite. Detentores de um rock poderoso, com uma Alison "eléctrica" constantemente a percorrer o palco e ao mesmo tempo contagiando e deixando-se contagiar pelo público, de louvar a atitude de parar o concerto quando reparou que alguém se sentiu mal na plateia e só recomeçou quando se assegurou que estava a situação resolvida, até dedicou ao individuo em causa. Isto mostra respeito pelos fãs, coisa que cada vez mais vai sendo rara...E para terminar, deram ainda um "encore", coisa rara nestes palcos. Em suma, vi um dos melhores concertos dos últimos anos e sem estar a contar com isso.



Nas palavras da Alison; "you guys are so fucking amazing"


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