sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Smashing Pumpkins @ Campo Pequeno (Lisboa) 8/12/11

Com o Campo Pequeno esgotado e apesar do frio que se sentia lá fora, estavam reunidas as condições para um concerto de proporções notáveis, após 4 anos de ausência por palcos portugueses.







Apoiado nos alinhamentos anteriores a minha expectativa estava perfeitamente realista quanto ao facto de irem promover o novo álbum que só vai sair em 2012, em detrimento das "velhas glórias". O que se compreende, é tempo de seguir em frente e apresentar novas ideias, não ficar sempre ligado ao passado, concordo plenamente. Encontrava-me portanto perfeitamente receptivo às novas músicas, algumas das quais já puderam ser escutadas pelo éter.
Aquilo que vi, foi algo triste. Um Billy Corgan bastante anafado e sem mobilidade (talvez devido a essa condição), incapaz de comunicar e ter empatia com o público, com uma banda sem alma e com ar de quem apenas estava a cumprir uma obrigação. Ao fim de cerca de 80 minutos, o Billy lá se dirigiu ao público para explicar que a baixista (desta vez morena), estava indisposta com males oriundos de Madrid.
Com uma predominância sonora e visual conseguiram tornar as músicas em tormentos de agonia de guitarras gritantes levadas ao extremo. Mesmo as musicas mais emblemáticas/conhecidas sofreram o mesmo desfecho. Poderia ter resultado se não fosse esse exagero barroco e se a atitude da banda?(será que é banda) ser fria e distante. Parece que não existem os Smashing Pumpkins, mas sim Billy Corgan e uma banda de suporte.
Poderia ter sido um concerto muito bom, mas não foi. Deixo alguns conselhos para uma próxima tournée, uma vez que para hoje já não deve ir a tempo.
- Billy, se queres ter a atitude de "god rock" em palco e usar e abusar dos rifs a torto e a direito, tens que ter uma atitude adequada a esse estatuto,  mexe-te mais um bocado em palco, fala com o publico, sê empático, vais ver que não te arrependes.
- Tenta diminuir discretamente o volume dos instrumentos e aumentar na mesma proporção os dos microfones vocais. Se tiveres algum problema na voz, temos chá de limão com mel e mebocaína®.
- Deixa os solos de guitarra surgirem, esporadicamente mesmo que sejam frequentes, mas não em TODAS as músicas, tem tendência a deixar de ser prazer e passar para tortura. Nós já sabemos que és um excelente guitarrista.
- Diminui um bocadinho a decoração do "set". Juro-te que aquelas "ventoinhas" giratórias só me faziam lembrar um misto entre roda da sorte e o preço certo, a certa altura até desejei que aparecesse por lá o Fernando Mendes, podia ser que desse alguma alegria à coisa...
- Qualquer pessoa sabe que "de Espanha nem bom vento, nem bom casamento". Para a próxima passas aqui primeiro e nós damos-te uma sopa da pedra e umas bifanas, vais ver que não queres outra coisa, mas depois tens que ir para o ginásio.
- Com baixistas louras sempre te deste bem, se calhar é melhor continuar a fórmula.
Mas conselhos à parte, o novo álbum parece ir no bom caminho, com uma atitude muito rock a fazer lembrar os tempos do Siamese Dream. É um misto entre curva descendente ao vivo e ascendente em estúdio. Repensa seriamente essa apresentação em palco e deixa de ter a mania. Melhor sorte para a próxima

Class: Entre Vogon e Zaphod Beeblebrox

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